segunda-feira, 25 de julho de 2011

A travesti


Sentada no portão do prédio, era uma madrugada fria, pouco movimento, e uma tristeza que cobria todo meu corpo, me deixando mais fria.
E lá vem ela: salto preto, que avisava seus passos de longe, saia curta, camisetinha e uma bolsa clara, grande.
Me olhou, sorriu e foi falando sem parar de andar: -Boa noite lindinha, você está triste?
-Um pouco...
-Namorado?
-A vida.
-Deus! Pense em Deus!

Virou as costas e foi embora, pra sempre da minha vida.

As vezes o que um estranho fala é tão siginificativo quanto alguém que vive com você.

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